Criação e interpretação, Joana Gama. Música original, João Godinho. Ilustrações e cenário, Francisco Eduardo. Design de luz, Frederico Rompante
“Tudo está em tudo”, disse o filósofo grego Anaxágoras. Por isso, falar em árvores é falar em pessoas, e falar em pessoas, é falar em árvores. As árvores, seres aparentemente silenciosos e imóveis, estabelecem muitas relações, sem as quais não viveriam e sem as quais nós não poderíamos viver. Também ajudam os pássaros e os cogumelos e, através deles, expandem-se por quilómetros e quilómetros, de uma forma difícil de imaginar.
A propósito deste trio – árvores, pássaros e cogumelos -, podemos falar sobre muita coisa…
Podemos falar de amizade, de ajuda, de comida, de música, de curiosidade, do vento ou de esquecimentos que dão frutos – literalmente! Já agora: se tudo está em tudo, onde é que entra o toy piano?
Sobre a artista
Joana Gama, natural de Braga, é pianista e doutorada pela Universidade de Évora. Prossegue as suas investigações enquanto investigadora do CESEM / NOVA FCSH. Em torno da vida e obra de Erik Satie, fez concertos, conferências, lançou três álbuns – SATIE.150, HARMONIES e ARCUEIL – e apresentou “Vexations” em quatro ocasiões: Serralves em Festa, 2016; Festival Jardins Efémeros, 2016; Fundação Calouste Gulbenkian, 2018; Atelier Real com João Fiadeiro, 2019, em performances que duraram 40 minutos, 15 horas, 14 horas e 7 horas, respetivamente.
Em Outubro de 2020, num concerto na Culturgest, estreou, em Portugal, o ciclo para piano “O Livro dos Sons” de Hans Otte, o arranque do Festival Hans Otte : Sound of Sounds que levou a obra multiforme do compositor alemão a Lisboa, Évora, Guimarães e Viseu. Ainda em 2020 estreou o espetáculo “As árvores não têm pernas para andar” que, em 2021, originou o livro homónimo, editado pela Bruáa, e que, em 2022, foi apresentado no Palacete de São Bento, no âmbito das Comemorações do 25 de Abril.
Para os mais novos criou ainda “Nocturno” (2017), com Victor Hugo Pontes, “Eu gosto muito do Senhor Satie” (2018) e “Pássaros & Cogumelos” (2022).
Tem um duo de piano e electrónica com Luís Fernandes, com quem já lançou cinco álbuns, e, nos últimos anos tem feito colaborações no âmbito das artes performativas e da música experimental.
É autora das paisagens sonoras do podcast “Uma gota na chuva. Uma flor no jardim” lançado pela Fundação Calouste Gulbenkian no centenário do nascimento do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles.
A eclética discografia de Joana Gama está presente na Shhpuma, mpmp, Pianola, Boca/Douda Correria, Holuzam, Room40 e Grand Piano (grupo Naxos).
Sobre o Festival
A 58.ª edição do Festival de Sintra volta a apresentar um cartaz fiel ao seu cunho de excelência e ecletismo.
Concertos com solistas de renome internacional, de música de câmara ou com orquestra, numa programação que mantém a aposta no talento nacional e emergente.
Os formatos distintivos que se encontram em Sintra continuam: o público que descobriu o gosto pelas caminhadas-concerto, pelo concerto ao nascer do sol ou pelo duelo de pianistas, é agora convidado a não perder também um concerto nas trevas e outro à meia-noite de lua cheia.
Lado a lado voltam a cruzar-se a ópera, o cinema, a oferta para famílias, as conversas e a música nos mais diversos estilos, tocada por músicos de todo o mundo, em dezenas de palcos e ao longo de dez dias, fazendo desta tão aguardada 58ª edição do Festival de Sintra uma festa para todos os apreciadores da música e das artes.
Programa completo aqui.