A mais abrangente e vasta exposição, até hoje, do trabalho pluridisciplinar de João Abel Manta, que englobou pintura, desenho, cartoon, ilustração, design gráfico, tapeçaria, azulejaria, cenografia e figurinos para teatro.
Abrindo no ano do cinquentenário de uma revolução que pôs termo a outro quase meio século de regime autoritário, a exposição “João Abel Manta livre” pretende celebrar essa liberdade então reconquistada pelos portugueses, mas também lembrar os muitos modos em que o artista – que acabaria por se identificar intimamente com o período revolucionário – conseguiu manter-se livre e independente, não apenas durante os anos anteriores à revolução, como durante e depois.
Com acesso em profundidade e sem precedentes ao arquivo pessoal do artista, vamos poder ver a primeira mostra de alguns desenhos feitos durante a sua estada na prisão de Caxias (em 1948), obras do Museu de Lisboa, do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, de colecionadores particulares de relevância, como os herdeiros de Vasco Gonçalves (a quem o artista ofereceu maquetas de cartazes, que aqui serão expostas pela primeira vez) ou os designers gráficos Jorge Silva e José Brandão.
A exposição, que pode ser vista de 6 de abril a 20 de dezembro, conta com a curadoria de Pedro Piedade Marques, e a colaboração de uma das netas do artista, Mariana Manta Aires, que compôs um painel com azulejos do mural da Avenida Calouste Gulbenkian, concebido por João Abel Manta em 1972.