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Marcelo D2 e Eu.Clides – Festival do Maio

Marcelo D2 é o grande destaque do segundo dia da quinta edição do Festival do Maio, que decorre nos dias 19 e 20 de julho, no Seixal, com concertos que têm como denominador a preservação do legado histórico da música de intervenção.

Marcelo D2 é um rapper percursor do hip-hop made in Brasil, com letras interventivas que abordam a discriminação social, a liberdade de expressão ou a repressão policial. Desde que iniciou a carreira a solo, há 26 anos, com o álbum “Eu tiro é onda”, que Marcelo D2 trabalha as batidas do rap com incursões no samba. Ao nono álbum a solo, “Iboru”, editado em 2023, Marcelo troca as coordenadas e, em vez de rap com um toque de samba, formato a que habituou o seu público em álbuns como “A batida perfeita”, de 2003, apresenta desta feita um disco essencialmente de samba. Sem abandonar as batidas do rap, onde tambores, cavaquinhos e pandeiros convivem harmoniosamente com as programações eletrónicas, Marcelo revela-se um compositor de samba que até aqui desconhecíamos, assinando 12 das 16 músicas do disco. Acompanhado por uma galeria de ilustres como Alcione, B Negão, Mateus Aleluia, Metá Metá, Xande de Pilares e Zeca Pagodinho.

Marcelo D2 traz ao Festival do Maio uma festa em que também cabem os grandes êxitos da sua carreira como “Desabafo”, “Eu já sabia” ou “Pode acreditar”, entre outros.

Eu.Clides, por sua vez, é uma das maiores revelações da música portuguesa atual. Nascido em Cabo Verde, e a viver atualmente em Paris, cedo se interessou pela música, iniciando aos oito anos os estudos de guitarra clássica no Conservatório de Aveiro. Antes de iniciar a carreira em nome próprio, acompanhou o grupo senegalês Daara J Family em digressão e mais tarde fez parte do grupo da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade, artista que ouvia desde miúdo, e cujo concerto foi o primeiro na vida para o qual comprou bilhete.

Diz que a sua música é difícil de definir porque é uma mistura de muitas coisas, daquilo que foi ouvindo ao longo da vida, dos lugares por onde passou – música clássica, portuguesa, gospel, cabo-verdiana, eletrónica são géneros que assume como influência. Considera também extremamente importante a qualidade lírica e as mensagens das letras que canta.

Em 2020, divulgou o primeiro tema, «Terra-Mãe», uma homenagem à liberdade e ao 25 de Abril de 1974. O EP “Reservado”, editado em 2022, venceu o prémio José Afonso. Em 2023 editou o seu primeiro álbum, “Declive”, que recebeu os maiores elogios da crítica e o levou em digressão por todo o país, culminando com as primeiras partes dos concertos de Slow J na Altice Arena e um espetáculo em nome próprio no Teatro Tivoli, em Lisboa.

À semelhança das edições anteriores, serão produzidos videopoemas, com artistas de diferentes áreas a dizer poesia, que pontuarão os intervalos entre as atuações do palco principal.

O Festival do Maio é uma iniciativa da Câmara Municipal do Seixal e integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Actualizado a 1/07/2024
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