Um conceito exclusivo do Festival de Sintra, o concerto “Ad Tenebræ”, ou “rumo às trevas”, propõe uma experiência transcendente a partir da polifonia vocal renascentista portuguesa.
Num concerto que será exclusivamente iluminado por velas, a nave gótica da Igreja de Santa Maria irá escurecer gradualmente com o apagar de sucessivas velas, até que Audivi Vocem, de Duarte Lobo, será cantado na total escuridão.
O programa deste concerto foca-se na Escola de Évora, que representa o zénite da polifonia vocal renascentista que dominou o gosto musical litúrgico em Portugal entre os séculos XVI e XVII, e que tem entre as suas figuras mais destacadas nomes como Pedro de Cristo, Manuel Cardoso, Duarte Lobo ou Estêvão Lopes Morago.
Numa tour de force de virtuosismo artístico, o Officium Ensemble, liderado por Pedro Teixeira, aceitou o desafio e irá oferecer ao público um concerto que certamente ficará na memória de todos os presentes, onde o tema da música, o ambiente estético e confessional, assim como a transição da luz para a escuridão, se conjugam numa experiência única.
Sobre os artistas
O Officium Ensemble tem-se estabelecido como um dos mais destacados grupos vocais portugueses dedicados à música antigo, conjugando uma sólida prática interpretativa com a continuada investigação musicológica, recorrendo a impressos e manuscritos da época no sentido de oferecer interpretações historicamente informadas, para além de possibilitar ao público primeiras audições de várias obras do passado.
O repertório no qual se especializou estende-se por todo o período do Renascimento e início do Barroco, dedicando-se com especial enfoque à música antiga portuguesa e especificamente à escola da Sé de Évora, abarcando também as estéticas franco-flamenga, espanhola e inglesa da era Tudor.
O Officium Ensemble tem actuado em inúmeros locais e festivais de música antiga, tanto em Portugal como no estrangeiro, granjeando sucessos e um reconhecimento que é já unânime.
A fim de permitir que a experiência possa ser desfrutada na sua plenitude, será solicitado a todos os presentes que deixem os seus telefones, smartphones, tablets ou outros dispositivos emissores de luz à entrada da Igreja, onde poderão ser recolhidos logo após o concerto.
Sobre o Festival
A 58.ª edição do Festival de Sintra volta a apresentar um cartaz fiel ao seu cunho de excelência e ecletismo.
Concertos com solistas de renome internacional, de música de câmara ou com orquestra, numa programação que mantém a aposta no talento nacional e emergente.
Os formatos distintivos que se encontram em Sintra continuam: o público que descobriu o gosto pelas caminhadas-concerto, pelo concerto ao nascer do sol ou pelo duelo de pianistas, é agora convidado a não perder também um concerto nas trevas e outro à meia-noite de lua cheia.
Lado a lado voltam a cruzar-se a ópera, o cinema, a oferta para famílias, as conversas e a música nos mais diversos estilos, tocada por músicos de todo o mundo, em dezenas de palcos e ao longo de dez dias, fazendo desta tão aguardada 58ª edição do Festival de Sintra uma festa para todos os apreciadores da música e das artes.
Programa completo aqui.