O principal clube de rock português foi o lugar simbólico de todas as alterações culturais que transformaram e urbanizaram a sociedade portuguesa.
O advento do rock português, as mudanças nos comportamentos, as novas modas e as alterações culturais podem ser contadas a partir das noites do Rock Rendez Vous. Tal como as trombetas de Jericó derrubaram as muralhas bíblicas, os acordes do rock rebentaram com barreiras sociais em Portugal e assinalaram o advento de uma sociedade jovem num país, que devido à ditadura, não tinha vivido as grandes convulsões culturais e sociais dos anos sessenta e setenta.
O documentário sobre o Rock Rendez Vous recupera um conjunto de imagens, na posse de particulares e instituições, que nos fazem viajar durante a década em que a fábrica do rock português esteve aberta.
Na sucessão destes dias de música, mostram-se as grandes mudanças culturais, sociais e políticas que o Rock Rendez-Vous ajudou a produzir. Zé Pedro dos Xutos, Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar), Rui Veloso, Rui Reininho, Xana dos Rádio Macau, Adolfo Luxúria Canibal, António Manuel Ribeiro (UHF), Miguel Cadete (diretor do Blitz), Edgar Pêra, João Peste, Ana Cristina Ferrão mulher de António Sérgio, Rui Vasco (fotógrafo), críticos musicais e muitos outros, protagonizam a história da mais celebrada sala de concertos do País.
O documentário de Ricardo Espírito Santo, intitulado “Rock Rendez Vous – A Revolução do Rock”, é projetado no dia 11 de maio, pelas 16h00, no Avenidas, um teatro em cada bairro.
Está integrado na programação da exposição “Rua da Beneficência, 175”, que revisita o ambiente do RRV através de uma exposição de fotografias inéditas e de um ciclo de conversas que pretendem despertar as memórias de quem viveu este espaço e estimular a imaginação de quem não o presenciou. A acompanhar a exposição, foi lançado o livro Rock Rendez Vous – Uma História Visual, de Luís Carlos Amaro.