ANALPHABET, de Alberto Cortés, é a peça que vai subir ao palco da Sala Principal do Teatro do Bairro Alto, nos próximos dias 10 e 11 de setembro.
Ao entardecer, depois da forte discussão de um casal de amantes na praia de Gulpiyuri, um fantasma chamado Analphabet aparece sobre o mar a contar a sua história e a cantar canções ao casal.
Analphabet é a invenção de um mito: o de um espírito romântico que se manifesta aos casais em ambientes naturais e que vive aprisionado na ferida da carne; a sua aparição evidencia a ravina a que chamamos “casal de amantes” e os maus-tratos a que nos submetemos dentro dessa estrutura amatória. A sua história pessoal abre a caixa das violências intragénero e expõe a necessidade de extremar também os cuidados nas relações gay atravessadas pela herança patriarcal.
Como espírito atormentado, bebe da poesia do romantismo alemão e das suas paisagens (Goethe, Hölderlin ou Novalis acompanharam esta escrita), mas também se serve da idiossincrasia andaluza e da ferida mortal de um amor em Euskadi. O fantasma, embora venha moribundo e ferido sobre um cavalo, traz consigo uma esperança: o que pode fazer a poesia pela ferida.
ACESSIBILIDADE
10 e 11 setembro
Espetáculo em castelhano com legendas em português e inglês
CLUBE ESPECTADOR
11 setembro
Com moderação de Maria Sequeira Mendes