Inovação
A AML está a estruturar os pilares do futuro Plano Estratégico de Inovação, para a consolidação da área metropolitana de Lisboa como um território internacionalmente reconhecido pelas suas dinâmicas inovadoras.Projetos e Iniciativas
Consolidar a região como território inovador
Plano Estratégico para a Inovação da AML (2024)
O Plano Estratégico de Inovação para a Área Metropolitana de Lisboa (2024) tem por âmbito nortear a atividade relacionada com a implementação e gestão da inovação na região. O robustecimento dessa capacidade constitui um enorme desafio que, alcançado, ajudará o território a ter uma maior qualidade de vida para viver, trabalhar e visitar e a ser mais atrativo para empreendedores e investidores, que possam contribuir para potenciar o crescimento económico e o desenvolvimento da região. Foram, nesse sentido, estabelecidos dois grandes objetivos:
Objetivo 1 – Uma região global
Desenvolvimento de um conjunto de outputs/inputs de inovação de “alto valor acrescentado”, de modo a garantir que o território seja propício ao desenvolvimento de dinâmicas inovadoras que, fomentando a atração e retenção de talentos e empreendedores, possa ser reconhecido, no exterior, como um território com qualidade de vida, ambiente favorável à criatividade, cocriação e geração de ideias.
Objetivo 2 – Uma região coesa
Contribuir para uma maior coesão interna, reforçando a capacitação institucional para modelos de governação mais flexíveis, participados e colaborativos, ativando estratégias de cooperação win-win que ditarão, de acordo com a vontade coletiva dos 18 municípios, a evolução dos processos de inovação no futuro da AML e da sua possível replicação no conjunto do território nacional, robustecendo, também a essa escala, a coesão do País.
Para a concretização dos objetivos propostos, foi aferido o grau de coerência entre as necessidades de ação e coordenação derivadas da estratégia de inovação definida para a Área Metropolitana de Lisboa e a capacidade de oferta que é disponibilizada atualmente pelas diferentes autarquias; são identificadas, também, novas iniciativas de inovação municipais, recorrendo a métodos estruturados de criatividade e geração de ideias, bem como sistematizados um conjunto de contributos provenientes da auscultação de um painel alargado de pessoas peritas.
Essa discussão coletiva, envolveu cerca de uma centena de participantes, 20 dos quais, pessoas peritas em diversos domínios da inovação, bem como cerca de 80 interlocutores provenientes dos 18 municípios que constituem a AML.
Estes outputs foram cruzados com a informação recolhida na anterior fase de diagnóstico, bem como com um conjunto de políticas públicas a diversas escalas (internacional, nacional e regional). Recorrendo a metodologias prospetivas, nomeadamente PESTEL e SWOT, foram analisados os contextos externo e interno, tendo em consideração as principais potencialidades e ameaças para o desenvolvimento de um Ecossistema metropolitano de Inovação. A partir dessa abordagem, foram sistematizados três cenários prospetivos possíveis: 1. Cenário Otimista-Expansão; 2. Cenário Realista-Incremental e 3. Cenário Pessimista-Retrocesso.
Foi considerado como cenário mais adequado ao contexto metropolitano atual, o Realista-Incremental, permitindo a criação de condições estruturais para o incremento progressivo de abordagens inovadoras nos 18 municípios e nos seus territórios, assente num trabalho colaborativo continuado e de partilha de experiências.
Por último e, resultante de todo este longo e complexo processo, emergiu um modelo de construção coletiva, que propõe um entendimento do conceito de inovação a adotar na região, da ambição coletiva, da visão e dos seus principais eixos estratégicos.
Este foi um caminho no sentido de encontrar coletivamente um Propósito-Chave assente nos principais triggers identitários da região, capazes de desencadear o que esta tem de “especial” e único e, por isso mesmo, robustecedor da coesão regional e nacional e do reforço do seu posicionamento estratégico na Europa e da sua ligação ao mundo.
Plano de Ação para a Inovação
No seguimento do Plano Estratégico para a Inovação na AML (PEI-AML), decorrem os trabalhos conducentes à conclusão do respetivo Plano de Ação, com a definição de um conjunto de projetos prioritários, promotores de desenvolvimento e coesão da Região, alinhados com o cenário realista-incremental, escolhido em sede de PEI-AML e classificados pelos municípios, por graus de prioridade atribuída, de acordo com os respetivos eixos estratégicos do Plano: 1. Capital Simbólico; 2. Smart Region; 3. Clusters de Investigação; 4. Criatividade, Empreendedorismo e Inovação; e 5. Marketing Global.
Contribuir para o robustecimento do sistema de governança metropolitana, através de uma visão clara das prioridades estratégicas e respetivo robustecimento do portefólio de projetos transversais, tais como a melhoria da infraestrutura, com a implementação de uma arquitetura de sistemas de informação partilhada que permita a recolha de dados em tempo real, centralizados numa plataforma integrada, que estabeleça um modelo holístico de gestão operacional integrando as soluções tecnológicas e tirando partido da correlação de dados com o propósito de uma AML para as pessoas, redefinindo a relação dos serviços públicos com os cidadãos, promovendo o seu envolvimento proativo na tomada de decisão.
Candidatura ao Programa Territórios Inteligentes
No âmbito da temática das Smart Region e com a introdução na agenda do PRR de uma Adenda, no ano transato, com o objetivo de reforçar algumas das componentes da transição digital, para as quais não estavam previstas medidas adequadas e/ou suficientes, nomeadamente para a ajuda à adaptação da Administração Pública à Transição Digital em curso, foi criado o Programa Territórios Inteligentes, coordenado pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA), no sentido da sua operacionalização através do referido Programa que prevê investimentos orientados especialmente para a Transição Digital nomeadamente, para a capacitação na temática Territórios Inteligentes com particular enfoque na disseminação nacional das Plataformas de Gestão Urbana (PGU).
A Área Metropolitana de Lisboa (AML) conjuntamente com catorze dos dezoito municípios que a compõem – Alcochete, Amadora, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Palmela, Odivelas, Oeiras, Seixal, Setúbal, Sesimbra, Sintra e Vila Franca de Xira candidatou-se, nesse sentido, no terceiro trimestre deste ano, ao Programa Territórios Inteligentes com a Candidatura ao Aviso N.º 01/C19-i08/2024 | Territórios Inteligentes | Aquisição e desenvolvimento de Plataformas de Gestão Urbana.
Esta Candidatura fundamentada na Estratégia de Inovação para a AML, nomeadamente nos pressupostos do seu Plano Estratégico de 2024, com enfoque no seu eixo 2 – “Smart Region”, pretende responder a duas grandes prioridades estruturais para a Região: 1. A necessidade de organização do seu modelo de governança e, 2. a implementação de uma Plataforma de Gestão Urbana, adequada para a implementar.
O Projeto apresentado a Candidatura visa, nesse sentido, proporcionar um rumo estratégico para a Região e cujo foco, organizacional e tecnológico prévio é, justamente, fator crítico de sucesso para uma maior otimização na gestão dos serviços, contribuindo para a melhoria progressiva das respostas, da interoperabilidade, escalabilidade entre sistemas e promoção da sustentabilidade a longo prazo assegurando, ganhos de escala, eficácia e eficiência dando, nesse sentido, visibilidade ao propósito da Região, naquilo que esta tem de único e singular.
A possibilidade de trabalhar de forma integrada, numa plataforma de gestão urbana (PGU) integrando diversos verticais (VT), com dados de diversas áreas, fontes e proveniências, permitirá uma global e coordenada centralização de operações, fomentando uma cultura institucional mais eficiente com partilha de recursos e infraestruturas, bem como a possibilidade de aquisição conjunta de tecnologias avançadas e formação de recursos humanos, com claros ganhos de escala e redução do investimento necessário a cada município.
Espera-se, justamente, com este Projeto, melhorias significativas na interoperabilidade e integração de sistemas e dados, facilitação na colaboração, a diversas escalas territoriais e de atores, acelerando a introdução de novos serviços e melhoria da comunicação entre as entidades, criando uma rede intermunicipal mais inteligente, conectada, com um modelo de governance favorecedor de uma maior colaboração e desenvolvimento da cidadania com enfoque no robustecimento da democracia e qualidade de vida dos cidadãos.
Participação da AML no Programa de Capacitação em Territórios Inteligentes
A AML e os seus municípios associados, participam no Programa de Formação em Territórios Inteligentes na Administração Pública, componente essencial para o desenvolvimento de um “Plano de Ação Local” capacitando os seus recursos humanos para a Transição Digital no âmbito da “Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes”.
Este Programa é vocacionado para a capacitação de dirigentes, decisores e técnicos superiores da administração local e encontra-se estruturado em quatro módulos sequenciais: Módulo 1 – Liderança e Inovação em Territórios Inteligentes; Módulo 2 – Inovação e Dados em Territórios Inteligentes; Módulo 3 – Plano de Ação Local; Módulo 4 – Analítica Aplicada aos Territórios Inteligentes.
A formação iniciou-se no final do mês de outubro e, decorre durante o período de cinco meses até ao final do mês de março de 2025, sendo os três primeiros módulos de formação obrigatória, orientados para a aprendizagem, planeamento e respetiva concretização de um “Plano de Ação” conducente à implementação do Programa Territórios Inteligentes a que a AML se candidatou.
Inovação Social e Circularidade
A AML é parceira do Grupo de Ação Local – Urbact – IV – Projeto Let’s Go Circular, um programa europeu de aprendizagem e troca de experiências na promoção do desenvolvimento urbano sustentável. Este Projeto consiste na definição de linhas de ação e organização das respetivas equipas temáticas que colaboram, conjuntamente com a Lisboa E-Nova e a Direção Municipal de Economia e Inovação, no URBACT Let’s Go Circular, elaborando conjuntamente um Plano de Ação Integrado para a Economia Circular em Lisboa 2023-2025.
De referir a mais-valia estratégica na vocação deste tipo de projetos de “inovação aberta” para a “inspiração” na criação de valor público por meio de geração de novas ideias, serviços, relacionamentos e aprendizagem coletiva, fortalecendo a confiança institucional e, nesse sentido, em linha com as orientações estratégicas do Plano Estratégico para a Inovação da AML, consubstanciando-se em aprendizagem focada no eixo 4. Criatividade, Empreendedorismo e Inovação.
Indicadores de Inovação 2024
Os dados do último relatório do Global Innovation Index 2024 revelam que Portugal desceu, em termos globais, uma posição no ranking de inovação face a 2023 ocupando atualmente a 31ª posição entre os 133 países em avaliação.
É a nível dos “Outputs Criativos” e do “Capital Humano e Investigação” que se continua a encontrar o seu melhor posicionamento, embora com a descida de uma posição para os primeiros, face a 2023, ocupando agora a 20ª posição e de subida de duas posições do segundo, face a 2023, para a 21ª posição, respetivamente. Inverteram-se, nesse sentido, as posições destes dois indicadores com um crescimento ao nível do “Capital Humano e Investigação”, cujo valor tinha vindo a decrescer nos anos anteriores e, menos positiva a descida que se constata ao nível dos “Outputs Criativos”.
Dos restantes indicadores avaliados, constata-se uma descida, face a 2023, de uma posição para os “Outputs de Tecnologia e Conhecimento” (passando da 32ª para a 33ª posição) e, o valor mais significativo e de especial relevância para as politicas públicas, que no ano transato tinha subido doze posições no ranking para o desenvolvimento das “Instituições”, nomeadamente ao nível da eficácia e efetividade dos sistemas de governo, do seu desenvolvimento regulatório e das suas politicas de empreendedorismo, desenvolvimento económico e cultural (passando da 47ª para a 35ª voltando, este ano a descer duas posições, para 37ª.
De referir, ainda, a performance positiva do indicador “Sofisticação do Mercado” que subiu seis posições no ranking face a 2023, de 42ª para 36ª respetivamente.
Também ao nível do ranking mundial de talento, Portugal ocupa o 25º lugar perdendo terreno nos índices de “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” – Depois de ocupar a 22ª posição em 2022, Portugal caiu para o 27º lugar em 2023 e para o 29º em 2024 e na “Atratividade” tendo vindo a registar a maior queda, com Portugal a ocupar agora a 45ª posição, depois de ter sido 37º em 2023, 40º em 2022 e 30º em 2021. Esta tendência encontra uma possível explicação na “fuga de talentos”, que afeta a competitividade do desempenho, de acordo com o IMD World Talent Ranking.
Existe, pois, um longo caminho a percorrer para que o país, e a AML em particular, se possam posicionar ao nível do plutão da frente, em termos de competitividade e inovação, sendo particularmente problemático, segundo os relatórios referidos, não só a descida de mais uma posição global no ranking, como especificamente ao nível do nosso atraso estrutural na qualidade das Instituições acrescendo as descidas verificadas e preocupantes aos níveis dos “Outputs Criativos”.
E, é nesse esforço coletivo que os municípios têm uma oportunidade estratégica de protagonizar um papel fundamental enquanto agentes promotores do desenvolvimento sustentável e do seu papel de liderança na resposta às necessidades das comunidades.
A promoção do bem-estar e da qualidade de vida em ambiente metropolitano exige, nesse sentido, uma congregação de esforços das organizações, das empresas e dos cidadãos para a promoção do desenvolvimento, competitividade, crescimento e coesão garantindo que, nas quatro grandes transições em curso – digital, circular, energética e demográfica, as populações urbanas, na sua diversidade de condições, não ficam para trás.
As experiências mais recentes de sucesso revelam que, o “gatilho” da força transformadora reside, justamente, na colaboração e na construção coletiva de capital de confiança.