De acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a passagem da depressão “Martinho” foi responsável por várias centenas de ocorrências de proteção e socorro na área metropolitana de Lisboa (2.113 ocorrências), nomeadamente, quedas de árvores e quedas de estruturas, no âmbito dos quais se envolveram nas ações de resposta e reposição da normalidade os serviços dos 18 municípios da AML e os operacionais dos corpos de Bombeiros da região.
Os efeitos a passagem desta depressão foram registados pelas estações meteorológicas automáticas da “Rede de Monitorização e de alerta meteorológico metropolitano CLIMA.AML”, e testemunharam principalmente os episódios extremos de vento verificados na área metropolitana de Lisboa. No período compreendido entre as 01h00 e as 01h30 da madrugada de dia 20 de março, as estações meteorológicas CLIMA.AML do Montijo, Amadora e Oeiras, registaram rajadas de vento do quadrante sul na ordem dos 109.41, 114.24 e 117.46 km/h, respetivamente.
No período compreendido entre as 21h de dia 19 e as 03h de dia 20 de março, durante o qual esteve em vigor Aviso de nível Laranja por parte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (para “vento forte com rajadas”) as Estações Meteorológicas CLIMA.AML do Montijo, Oeiras e Cascais registaram médias de intensidade do vento na ordem dos 36.34, 36.57 e 41.97 Km/h. Durante o mesmo período a mesma média na área metropolitana de Lisboa foi de 25.07 Km/h e foi registado um acumulado de precipitação de 133.8 mm em 16 das 18 Estações CLIMA.AML.
Com denominação atribuída pelo IPMA, a depressão “Martinho” influenciou de forma significativa o estado do tempo em Portugal continental no final do dia 19 e ao longo do dia 20 de março, tendo motivado a emissão de vários comunicados por parte daquela entidade e o elevar do Estado Especial de Alerta por parte da ANEPC. A área metropolitana de Lisboa foi das regiões mais afetadas no país, com mais de 59% das ocorrências de proteção e socorro verificadas.
O CLIMA.AML foi um projeto financiado no âmbito do programa ‘Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono’, operado pela Secretária-geral do Ambiente e da Ação Climática e financiado pelos ‘EEA Grants 2014-2021’. Foi responsável pela implementação de algumas as orientações da agenda de adaptação proposta no âmbito do Programa Metropolitano de Adaptação Às Alterações Climáticas da AML (PMAA_AML). Tem como objetivo a criação de uma solução integrada para a monitorização meteorológica em contexto urbano e foi concretizado através da implementação de uma rede de 18 estações meteorológicas, em cada um dos municípios da área metropolitana de Lisboa e uma plataforma online (https://clima.aml.pt), que analisa todos os dados e informações essenciais de suporte à monitorização e avaliação dos dados meteorológicos.
Créditos imagem: “istockphoto.com”