Cerca de 220 pessoas encheram o pequeno auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, para o quinto encontro “Comunidades em Ação – Operações Integradas Metropolitanas”, que, no dia 24 de fevereiro, deu a conhecer os projetos de inclusão social que estão a ser desenvolvido nos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra, no âmbito do Plano Metropolitano de Apoio às Comunidades Desfavorecidas.
O encontro, que reuniu decisores políticos, parceiros executores, dirigentes e técnicos municipais, teve uma componente técnica e política, durante a manhã, com a realização de duas mesas-redondas e discursos de responsáveis políticos e institucionais. Na parte de tarde, foram feitas visitas a operações que estão em curso nos territórios de Cascais (Matos Cheirinhos), Oeiras (Bairro dos Navegadores) e Sintra (Algueirão Mem Martins).
O encontro contemplou ainda um momento musical.
Basílio Horta, presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa e da Câmara Municipal de Sintra fez o discurso inaugural, realçando que “depois do trabalho feito na área da mobilidade, a luta contra a pobreza é também um domínio importante em que a AML está a levar a região para a frente”. Basílio Horta considera que o Plano Metropolitano de Apoio às Comunidades Desfavorecidas da área metropolitana de Lisboa “é um plano rico no seu conceito e no seu processo e materializa uma esperança concreta de que as pessoas que fazem parte das comunidades mais vulneráveis desta região possam ter uma vida melhor”. Defendeu ainda que “uma sociedade inclusiva não pode permitir a marginalização das comunidades”, e que, por isso, “a democracia não está a funcionar plenamente se as comunidades se afastarem”.
De seguida, Nuno Neto, vereador da CM Oeiras, reforçou a importância do programa Comunidades em Ação. Para o autarca “o trabalho em parceria promovido pela AML amplifica o trabalho realizado individualmente por cada um dos municípios”. Nuno Neto reforçou ainda a convicção que “a AML tem dado dimensão a problemas e soluções comuns, como são os casos da habitação, mobilidade e das comunidades desfavorecidas, possibilitando uma abordagem integrada em várias áreas fundamentais para a sustentabilidade da região”.
Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, encerrou a sessão de abertura. Para o autarca de Cascais é fundamental garantir que as pessoas que integram as comunidades mais vulneráveis “sintam que podem usufruir os seus direitos enquanto cidadãos”, porque só assim “se fomenta a coesão social e territorial”. Carlos Carreiras defende ainda que, para mitigar dificuldades no seio das comunidades, são necessárias “respostas rápidas, de acordo com as necessidades expressas pelas próprias comunidades”.
O encontro prosseguiu com a realização de duas mesas-redondas: uma sobre os problemas e dificuldades sentidas pelos municípios na implementação das operações e outra sobre os resultados obtidos e os desafios para o futuro neste domínio.
Na primeira mesa-redonda, sobre os problemas e dificuldades, participaram dirigentes municipais: Catarina Carvalho, pela Câmara Municipal de Cascais, Filipa Marrecas Ferreira, pela Câmara Municipal de Oeiras, e Maria João Sequeira, pela Câmara Municipal de Sintra. A conversa foi moderada por Elsa Silva, da Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”.

Para a segunda mesa-redonda, sobre resultados e futuro, foram chamados a participar Carla Semedo, vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Teresa Bacelar, vereadora da Câmara Municipal de Oeiras, e Eduardo Quinta Nova, vereador da Câmara Municipal de Sintra. A moderação foi feita por Sandra Araújo, coordenadora da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza.
Ainda antes do discurso de encerramento, o rapper Wine TKK, o cantor Diego El Gavi e o guitarrista Sina Shirazi, interpretaram “Fourteen Films Freestyle”, num momento produzido em exclusivo para o encontro, com base nas vivências nas comunidades destes territórios.
O discurso de encerramento da manhã esteve a cargo de Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa, que começou por destacar a extensão das desigualdades sociais na região metropolitana: “a dimensão da pobreza está a atingir setores da população que não imaginávamos”. De seguida, o primeiro-secretário apelou à reflexão de todos: “temos de refletir que direções temos de seguir, e se os caminhos que temos percorrido são suficientemente amplos para abraçar todas as pessoas que precisam de nós”. Carlos Humberto de Carvalho terminou com um apelo: “precisamos de um plano global e integrado, a médio e longo prazo, para interromper os ciclos de pobreza na região, e no país no seu todo”.
A parte da tarde foi preenchida com visitas a projetos que estão a ser desenvolvidos nos municípios de Cascais, Oeiras e Sintra.



Em Oeiras, visitou-se o Bairro dos Navegadores (em Porto Salvo), em Cascais, mostrou-se um conjunto de projetos de ação social, cidadania, cultura e educação no Bairro de Matos Cheirinhos (em São Domingos de Rana), e em Sintra, mostrou-se o novo campo de rugby de Algueirão-Mem Martins e deram-se a conhecer diversos projetos na área da educação.
