A Metropolitana, de Mário Linhares, inaugurada no dia 29 de novembro, pode ser visitada na sede da Área Metropolitana de Lisboa (AML), no terraço do Palácio Mascarenhas, número 23 da Rua Cruz de Santa Apolónia, de segunda a sexta-feira, entre as 8h00 e as 20h00.
O mural, com cerca de mil azulejos, assinala a conquista da liberdade e do poder local, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Estiveram presentes na inauguração cerca de 100 convidados, incluindo o presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, presidentes de câmara e vereadores, ex-presidentes e vice-presidentes do Conselho Metropolitano de Lisboa, o primeiro-secretário e secretários da Área Metropolitana de lisboa, e o autor da obra, entre inúmeros outros convidados.
No discurso de boas-vindas, o primeiro-secretário metropolitano, Carlos Humberto de Carvalho, começou por homenagear o 25 de Abril de 1974 e todas as pessoas envolvidas na sua concretização.
Evocou as várias conquistas de Abril, a liberdade, a democracia, os direitos de cidadania, os direitos Sociais e a melhoria das condições de vida da população, destacando o poder local democrático, “pois sem ele não teríamos chegado onde chegámos”.
Carlos Humberto de Carvalho, para quem “a democracia sem cultura é democracia com direitos limitados”, terminou com o agradecimento a todos os que contribuíram para a obra recém-inaugurada: “Mário Linhares, Viúva Lamego, empresas e trabalhadores que executaram a obra física, aos trabalhadores da Área Metropolitana de Lisboa e da Transportes Metropolitanos de Lisboa”.
Mário Linhares, autor de A Metropolitana, agradeceu a oportunidade de abraçar este projeto e apresentou a obra. Sobre o mural, referiu que que foi o rosto e o olhar de “Teresa” (a inspiração para A Metropolitana, e que também esteve presente na inauguração), que permitiram identificar toda a multiculturalidade e diversidade das pessoas da área metropolitana de Lisboa. Terminou, lançando o desafio: “Que este olhar e este rosto simbolizem o que a AML está a construir para nós, um território onde vale a pena viver e onde vale a pena construir a nossa vida”.
O presidente do Conselho Metropolitano, Basílio Horta, encerrou os discursos, começando por felicitar os autores e as demais pessoas envolvidas na construção da obra. Enalteceu, igualmente, os temas evocados no mural: “O 25 de Abril, o poder local e a liberdade, a passagem da escuridão para a luz, as exigências da liberdade e o seu pluralismo”.
Basílio Horta considerou ainda que “a liberdade é um valor inestimável, que tem de ser construído permanentemente”. No final do seu discurso afirmou que é um privilégio terminar a carreira política, presidindo ao Conselho Metropolitano.
Do programa da inauguração, destacam-se ainda dois momentos culturais, um de dança, com a exibição da Academia Show It, e outro musical, com Laura Macedo.
Sobre o Mural
O mural é composto por azulejos pintados à mão, respeitando a história e a tradição da azulejaria portuguesa. A peça representa os 18 municípios da AML: de um lado, estão os nove municípios situados a norte do Tejo (Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira), enquanto do outro lado se encontram os nove a sul do rio (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal).
No centro da obra, destaca-se uma figura feminina, A Metropolitana, que é, tal como a figura da República, uma pessoal real, cujo retrato feminino “alude à vida e à humanização do território, emergindo da paisagem construída e habitada, uma pessoa totalmente emancipada enquanto filha da liberdade conquistada no 25 de Abril”.
Enquanto cresce e se desenvolve, tem nos brincos a leveza da herança dos cravos de Abril a assinalar os 50 anos de liberdade. O amarelo do vestido, remete para a cor da Área Metropolitana de Lisboa, e relembra o quão valioso é o território que habitamos, deixando que o desenho dos municípios habite nele, como tatuagens num tecido urbano que nos rodeia e protege.