A Área Metropolitana de Lisboa iniciou o desenvolvimento de trabalhos de coordenação e planeamento para a gestão de resíduos sólidos urbanos a nível metropolitano.
A região de Lisboa e Vale do Tejo precisa de um investimento de milhões de euros para cumprir os objetivos nacionais e europeus do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 (PERSU 2030), nomeadamente, para garantir a transição para uma economia circular, com a utilização mais sustentável e eficiente dos recursos.
A atual evolução das taxas de retoma e captura, de resíduos para reciclagem e biorresíduos, pouco expressiva, apesar do aumento muito considerável dos custos (transporte e tratamento), constitui o ponto crítico para a construção urgente de uma intervenção metropolitana, ambiciosa e realista. Acresce que, até agora, não há financiamento relevante conhecido, nem da União Europeia, nem do estado central.
A região tem de definir caminhos que consubstanciem uma atuação conjunta, que agregue contributos dos municípios para os grandes desafios: o necessário aumento substancial das quantidades de recolha seletiva e da valorização orgânica e energética, diminuindo, assim, a deposição em aterro, o que exige investimentos infraestruturais significativos; a melhoria dos proveitos no âmbito do sistema integrado de gestão de resíduos de embalagem e um maior aproveitamento da energia elétrica; a necessidade de estabelecer novos fluxos específicos de resíduos (tabaco, caixas, embalagens de take-away, toalhetes, capsulas de café, mobiliário, têxteis, calçado, entre outros); e por último, e não menos importante, o financiamento dos investimentos necessários até 2030.
Na reunião do grupo de trabalho metropolitano de resíduos, realizada na sede da Área Metropolitana de Lisboa, e que contou com a participação de eleitos e dirigentes dos seus 18 municípios, ficou evidente a necessidade de se tomarem medidas em articulação com os objetivos do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030.
O cenário atual, marcado pela dificuldade em atingir as metas estabelecidas, pela elevada subida dos custos de tratamento de resíduos, e pela falta de financiamento para o setor, faz deste tema uma preocupação central dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa.