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Foodlink: bonança perfeita concretiza projeto de excelência

A Foodlink, rede para a transição alimentar na área metropolitana de Lisboa, foi apresentada oficialmente no dia 7 de junho, numa sessão onde também foi assinada a carta de princípios e compromissos pelas cerca de 30 entidades aderentes à rede.

A sessão contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, com a presidente da área Metropolitana de Lisboa, Carla Tavares, com a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida, com o professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, João Ferrão, com a secretária de estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, e com o primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho.

Para a ministra da Coesão Territorial a rede “é um projeto inspirador para o resto do território nacional e corporiza uma revolução silenciosa que se está a fazer passo a passo”. Ana Abrunhosa, acrescentou ainda que “gerir bem os sistemas alimentares é indispensável para a coesão de uma cidade, de uma área metropolitana e de um país”.

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Carla Tavares, por sua vez, referiu que “é imperativo que as regiões e as cidades se associem em torno do planeamento alimentar, de forma a reduzir a dependência exterior, adotando práticas alimentares mais responsáveis e racionais”. A presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa recordou ainda que “entre 2019 e 2021 a rede para a transição alimentar da AML tem trabalhado os diversos territórios em conjunto com múltiplos atores no planeamento e gestão do seu sistema alimentar”.

Para Teresa Almeida, da CCDR LVT, “a construção de um sistema alimentar sustentável, justo, resiliente, e economicamente dinâmico deve, cada vez mais, fazer parte dos objetivos e do foco das políticas de ordenamento de território e do desenvolvimento territorial”. Lançou ainda um repto: “temos, todos, de dinamizar o reforço da rede com base na confiança e no conhecimento, porque o desafio que temos pela frente exige novas lógicas de proximidade, multissetoriais, com forte abertura à população”.

Sobre o FoodLink, João Ferrão, do Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, referiu que “é muito bom ver algo que é exemplar em todos os sentidos: do ponto de vista do tema, da abordagem e do processo”, acrescentando que “talvez pela primeira vez em Portugal se conjuga o planeamento alimentar com as políticas públicas do ordenamento do território e do desenvolvimento territorial, em torno de um projeto tão ambicioso”. João Ferrão não tem dúvidas que “estamos perante uma bonança perfeita: juntaram-se aqueles que era necessário juntar na concretização de um projeto de excelência necessário para a área metropolitana de Lisboa, para o país e que poderá ser uma referência ao nível da união europeia”.

Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário metropolitano, deixou um apelo para que todos “passem à ação, trabalhem em conjunto e atinjam os objetivos preconizados pela rede”. “Temos de descobrir caminhos novos para ir ao encontro das necessidades das populações e dos territórios e para preparar o futuro”, rematou.

Após a sessão de abertura, Carlos Pina, da CCDRLVT, Filipe Ferreira, da AML, e Rosário Oliveira, do ICS, deram a conhecer, com mais pormenor, a Foodlink.

O trabalho desenvolvido no âmbito do programa Robust, os princípios e a visão da rede, os três eixos principais de trabalho, as ações prioritárias a desenvolver até 2023, o seu enquadramento estratégico metropolitano e regional, os contributos académicos, a relação entre a produção alimentar e a adaptação climática, o planeamento para a transição alimentar, o nexus alimentação, água, energia, ecossistemas, o planeamento alimentar como modelo para uma cidade-região sistémica, as componentes do sistema alimentar, o metabolismo urbano e a transição necessária, e a transição alimentar em rede foram alguns dos aspetos abordados na apresentação.

Com a criação da FoodLink, o planeamento alimentar em toda a área metropolitana de Lisboa vai ganhar uma relevância acrescida nas políticas de ordenamento e desenvolvimento territorial. A rede juntará um conjunto diverso de territórios, iniciativas e atores da área metropolitana de Lisboa, que têm como objetivo planear e gerir este sistema alimentar.

A visão da FoodLink para 2030 prevê que possa ser assegurado cerca de 15% do aprovisionamento alimentar da área metropolitana, tendo por base modos de produção sustentáveis (produção biológica, proteção integrada e agroecologia), soluções inovadoras (gestão da água para regadio, redução de fitofármacos e conservação do solo e adaptação climática) e redes de distribuição de baixo carbono e em circuitos alimentares de proximidade (que cumpram os critérios de inclusão e segurança alimentar).

Durante a sessão, Márcia Mendes, da A2S, da Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia, deu também a conhecer o projeto AML Alimenta.

A sessão terminou com um lanche sustentável, composto por produtos da região.

Fotografias: J.F. Olivais

Actualizado a 9/06/2022
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