A sessão de apresentação da Estratégia para a Transição Alimentar na Área Metropolitana de Lisboa, realizada no dia 7 de junho, em Lisboa, serviu para fortalecer a dimensão institucional do sistema alimentar na região.
Trabalhada pela Área Metropolitana de Lisboa e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, com a colaboração do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, a Estratégia para a Transição Alimentar é, de uma forma consensual, apontada como uma peça importante no modelo de desenvolvimento regional da área metropolitana de Lisboa e na consolidação da região como um território mais sustentável e dinâmico.
A sessão contou com intervenções de Carla Tavares, presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Teresa Almeida, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, João Ferrão, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa, Filipe Ferreira, secretário metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Pina, diretor do serviço de Ordenamento do território da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, e Rosário Oliveira, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Na sessão de abertura, Carla Tavares referiu-se ao sistema alimentar, “como um dos mais importantes desafios de sustentabilidade global do século XXI”, acrescentando que “a transição alimentar é um desígnio de todos” Para a presidente da Área Metropolitana de Lisboa “a elaboração da estratégia, envolvendo todo o território metropolitano, é mais um passo importante para a consolidação de uma região mais sustentável e dinâmica, no contexto regional, nacional e internacional”.
João Ferrão, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, realçou a evolução que está a ser feita no território no âmbito da transição alimentar: “estivemos aqui há um ano e estavam envolvidos cerca de 20 parceiros, agora já são 36. E isso é um bom sinal”.
Teresa Almeida, destacou o modelo de construção da estratégia que colocou todos a dialogar e a trabalhar em rede. A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo referiu ainda que a estratégia “é essencial para contrariar o processo de expansão da urbanização e da fragmentação territorial a partir da valorização dos espaços rurais e naturais e do fortalecimento das relações rural-urbana, onde a valorização da bacia alimentar metropolitana é uma prioridade”.
Filipe Ferreira, da AML, e Carlos Pina, da CCDRLVT, apresentaram as linhas gerais, os objetivos e o contexto político-institucional que envolvem a elaboração da estratégia.
Filipe Ferreira começou por celebrar o facto da região ter “um entendimento claro” do que quer fazer nesta área. “Temos aqui a sociedade civil da região a dizer presente e assumir a importância do sistema alimentar na qualidade de vida e no quotidiano da região”. Para o secretário metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa o desafio é “através de uma lente analítica territorial, concentrar na estratégia um conjunto de áreas setoriais que, articuladas e coordenadas, vão compor um modelo de negócio que contribuirá para o bem-estar físico, ambiental e social de todos”. E concluiu “a estratégia é só o ponto de partida”.
Carlos Pina, por sua vez, explicitou os objetivos da estratégia que são “as bases de uma política ambiental transversal que abrange todo o sistema alimentar, desde a produção, à distribuição e ao consumidor final”.
A estratégia, que visa a promoção de um sistema alimentar, sustentável, inclusivo, resiliente, seguro e diversificado, visa proporcionar a toda a população o acesso a alimentos saudáveis, minimizando o desperdício e preservando o ambiente.
Terá quatro eixos: organização da produção, organização da distribuição, organização do consumo e valorização dos resíduos alimentares.
Rosário Oliveira abordou o diagnóstico e a caraterização do sistema alimentar metropolitano, nomeadamente “a informação compilada e reorganizada que compõe a radiografia do que é o sistema alimentar metropolitano”. A investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa apresentou o contexto da estratégia para a transição alimentar, a caracterização do sistema alimentar metropolitano, o diagnóstico estratégico, notas sobre o referencial estratégico e os próximos passos.
A encerrar a sessão, Carlos Humberto de Carvalho realçou que “a AML quer ser uma casa aberta para cooperar com todas as instituições”, acrescentando a vontade “de construir o presente e o futuro com os cerca de 2,8 milhões de pessoas que habitam a região”. O primeiro-secretário metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa rematou a sessão referindo que “não há desenvolvimento sem a participação dos cidadãos” e que, também neste âmbito “o papel da AML pode ser um contributo importante para o resto do país”.
O evento terminou com uma sessão de recolha de contributos dos cerca de oitenta participantes que encheram o auditório do edifício-sede da área Metropolitana de Lisboa.